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02 maio 2010

Visitar o Santuário de São Bento da Porta Aberta - Rio Caldo

O Santuário de São Bento da Porta Aberta teve origem numa ermida construída no local, por volta de 1640, cujas portas estavam sempre abertas, para servir de abrigo a quem passava.

A construção do actual Santuário iniciou-se em 1880, e ficou concluída em 1895, caracteriza-se pelos painéis de azulejos da capela-mor, que retratam a vida de S. Bento, assim como pelo retábulo de talha dourada.

O elevado número de peregrinos levou à construção de novas instalações perto do primitivo santuário, cujas obras foram concluídas em 2002, de que faz parte uma enfermaria para atendimento de peregrinos, com 14 camas.

Existe também um parque com mesas e bancos, onde os peregrinos podem descansar, tomar as suas refeições e até divertir-se num lago com barcos.

O Culto a São Bento, em Rio Caldo, teve origem por influência dos Monges de Santa Maria de Bouro. Segundo a Tradição a ermida primitiva possuía um alpendre, como a maioria das capelas do alto dos montes e mantinha sempre as portas abertas, para servir de abrigo a quem passava. Resultou daí a designação de São Bento da Porta Aberta.

Os Painéis de Azulejo


Os painéis de Azulejo do santuário, foram pintados por Querubim Lapa, e retratam a vida de São Bento.
No primeiro podemos ver o monge Romão a entregar comida a S. Bento, que durante 3 anos permaneceu isolado numa gruta, no Monte Subiaco, a 60Km. de Roma, em oração e meditação.

O segundo painel revela-nos a forma como S. Bento ultrapassa as tentações através do sacrifício ("lançou-se nú no meio de um matagal de espinhos") e da oração. Esta faz parte essencial da vida dos monges e da "regra de S. Bento".

O painel seguinte narra o episódio da foice, perdida no lago, e que foi recuperada por S. Bento: mergulhou o cabo da foice esta foi ao seu encontro, podendo assim, o monge continuar a trabalhar. O trabalho é um dos componentes da regra beneditina, a que se alude no lado direito deste painel.


O quarto painel apresenta 2 episódios da vida do Santo. O primeiro, o episódio do pão envenenado e do corvo (Ver "O Santo") e o segundo relacionado com a história da pedra que era impossível remover do local onde se encontrava (os monges atribuíram este facto á presença do demónio). Só com a intervenção de S. Bento, que lançou a sua bênção sobre ela foi possível concretizar a sua remoção.


No painel seguinte está representado o encontro entre Tótila e S. Bento. Tótila, rei do Ostrogodos, que tomou e saqueou Roma em 547, tentou enganar o Santo, ordenando a um seu oficial que vestisse as suas roupas e se encontrasse com S. Bento, como se fosse o próprio rei. Mas foi imediatamente reconhecido e voltou para contar a Tótila o que tinha sucedido.
O sexto painel lembra o aparecimento sem se saber como, de duzentas medidas de farinha em sacas, à porta do Convento, quando a região da Campânia sofria uma grande escassez de alimentos e os frades passavam privações na sua alimentação. Do lado direito do painel aparece uma referência ao célebre Mosteiro de Einsiedeln, na Suiça, grande centro cultura e de grande importância na expansão do espírito beneditino.

A revelação dos planos para a construção do mosteiro de Terracina está retratada no painel seguinte. S. Bento envia frades para esta cidade com a finalidade de construírem um mosteiro e assegura-lhes que ele próprio lhes dará todas as informações necessárias. De facto, através de um sonho são revelados todos os planos de construção. O lado direito apresenta a "Regra", onde se descrevem as acções e procedimentos dos monges e cuja divisa é "Ora et Labora", Reza e Trabalha.

O oitavo painel apresenta o último encontro de S. Bento com a sua irmã, Santa Escolástica, durante o qual se verificou o milagre da tempestade. Aos pedidos da irmã, para que este encontro se prolongasse, S. Bento reagiu negativamente. Sucedeu, porém, uma violenta tempestade, que impediu que o Santo regressasse ao Convento e deixasse a irmã. O Lado Direito representa a acção evangelizadora no Brasil.

O quadro que se apresenta no painel seguinte, reflecte a visão protagonizada por S. Bento, quando, à noite, estando à sua janela, viu o mundo inteiro como que recolhido num único raio de luz e a alma do bispo de Cápua, Germano, ser conduzida por um anjo, em direcção ao paraíso. Referência, no lado direito, para Santa Cecília, padroeira da música e a Abadia beneditina de Solesmes, onde se desenvolveu o canto gregoriano e cuja biblioteca possuía extraordinárias colecções de manuscritos musicais.

O último painel refere a morte de S. Bento, anunciada antecipadamente, pelo próprio, aos seus discípulos. A morte não é o fim, mas o inicio da acção evangelizadora. Actualmente, S. Bento é designado como o patriarca do Ocidente e o "Pai da Europa".

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